Vampiros, seres que fazem nossa imaginação voar a lugares imagináveis. Quem nunca se imaginou como sendo um ser da noite? Ou, então, um implacável caçador no maior estilo Blade ou Angel? Enfim, o tema vampiros inspira livros, filmes, games e até novelas. Então, por que não um animê com o tema vampiros?
Para quem gosta do gênero, realmente não tem o que reclamar, pois os animês baseados em vampiros existem aos montes. Para citar alguns casos que fizeram sucesso, temos Vampire Hunter D, Blood – The Last Vampire, Vampire Princess Miyu e aquele que foi o primeiro deles: Don Drácula, lançado na década de 80. Outras produções menores também tiveram seu espaço entre os fãs. Podemos citar, por exemplo, Vampyan Kid e Night Walker. Mas vamos falar de uma série que se destaca entre os outros. Agora é a vez de Hellsing!
Quando começou!
A revista Young King Ours, da Editora Shonen Gahosha, segue o mesmo estilo da Shonen Jump, por exemplo, mas é bem diferente de sua “amiga” mais conhecida e lucrativa. Ela é direcionada a jovens com mais de 17 anos e traz em suas paginas histórias mais fortes e, talvez, menos comerciais. Foi em suas páginas que surgiu o sucesso Excel Saga, por exemplo. Voltando a Hellsing, a série estreou nas páginas da revista em 1998, desenhada por Kouta Hirano. O mangá traz cenas fortes de violência e certas cenas de sensualidade. Perfeito para conquistar um público bem fiel de fãs.
O animê!
Já é meio repetitivo, mas mangás de sucesso sempre ganham sua versão em mangá (está certo que às vezes isso pode demorar e muito, mas tende a ocorrer) e com Hellsing não foi diferente. Em 2001, estreava na TV Fuji a versão animada que narra as aventuras de Alucard. Foram apenas 13 episódios produzidos graças à parceria de duas empresas para lá de conhecidas e respeitadas pela qualidade: Pionner (que, entre diversos animês, é responsável por maravilhas, como Tenchi Muyo e Serial Experiments Lain) e o estúdio Gonzo (Final Fantasy Unlimited, Blue Submarine 6, Vandread, entre outros).
O resultado dessa união não poderia ser diferente. A qualidade de Hellsing graficamente é impecável. Uma curiosidade: a série foi exibida somente nas madrugadas da emissora. Isso é normal no Japão, onde uma série, com alto teor de sensualidade e violência, tem um horário nada convencional para ser exibida. Apesar disso, a média do animê sempre foi muito boa.
O ambiente...
Hellsing é um animê sobre vampiros, certo? Mas outras criaturas da noite fazem suas pontas na série também. A maior parte da história passa-se ao cair da noite, uma noite avermelhada de sangue, que aumenta ainda mais o clima sombrio do animê. A trilha sonora não deixa por menos e também contribui para a ambientação do animê. O tema de encerramento “Shine” merece todo o destaque.
Em Hellsing, podemos resumir a história desta forma, para colocá-lo por dentro dos acontecimentos: Arucard é um vampiro a trabalho de uma instituição secreta que tenta defender a humanidade de seres malignos, diferente de Arquivo X, por exemplo, onde os detetives investigam acontecimentos estranhos com desconfiança ou, de certa forma, com medo de descobrir a verdade. Essa instituição sabe que há coisas estranhas entre nós e faz questão de acabar com elas.
Uma coisa muito presente em todo o desenrolar da história é a questão da religiosidade, principalmente a católica, e só isso já garante bons momentos de reflexão e discussões calorosas entre os amigos, pois cada um entende aquilo que quer entender. Meio confuso, né? Talvez, mas o certo seria dizer: bem curioso!
Finalmente, a história!
Logo de cara, percebemos que Arucard trabalha para alguém. O vampiro presta serviços a Instituição Hellsing (nome dado a Ordem Britânica dos Cavaleiros da Igreja Anglicana), uma organização altamente secreta, cuja função é agir nas sombras, defendendo a humanidade de diversas criaturas malignas (entre elas os vampiros e os ghouls). A Ordem é chefiada por Sir Integral Wingates Hellsing e, misteriosamente, ela exerce um grande poder sobre Arucard. Esse poder é realmente um mistério. Mas o fato é que ele obedece às ordens dadas pela mulher.
Explicando: ghouls é o nome dado aos mortos-vivos que foram mordidos por vampiros apenas como alimento. Eles não podem ser considerados realmente vampiros.
O primeiro episódio mostra logo de cara Arucard entrando em ação. Numa pequena cidade, há informações que um padre vem transformando pessoas em zumbis. Esse é um caso para Arucard, que odeia esses vampiros que gostam de se mostrar. Na região, já havia uma equipe das forças especiais Hellsing, mas eles não são nada diante do poder do padre vampiro e seu exército de zumbis.
Na tentativa de exterminar o padre, Arucard acaba ferindo mortalmente o soldado Celes Victoria (atenção: Victoria é uma garota). Para que ela não morresse, a única solução encontrada pelo vampiro foi transformar a bela Victoria em uma criatura das noites. A partir daquele instante, Victoria seria uma espécie de “parceira” para o solitário Arucard. E as aventuras só estão para começar.
Muitos desafios!
Arucard e Victoria terão grandes desafios durante sua aventura. Inicialmente, a trama gira em torno da investigação de um caso onde diversos vampiros vêm surgindo na cidade e atacando humanos. Mais tarde, descobre-se que esses vampiros não são criaturas da noite originais, e sim artificiais. São vampiros criados a partir de um chip e a instituição vai querer descobrir quem são os responsáveis por isso.
Temos também uma trama paralela vivida por Victoria, um conflito interno, já que a garota não aceita tão facilmente sua nova condição (lembre-se: ela não é mais humana). Para viver, ela precisa de sangue e é difícil se acostumar com isso. Além do mais, sua nova situação lhe deu poderes também. Ela vai precisar se adaptar a essa nova condição.
Não pensem que Arucard e a instituição Hellsing estão sozinhos nessa batalha. Existem muitas coisas que serão desvendadas no decorrer das aventuras, inclusive uma outra organização secreta e um inimigo mortal de Arucard.
Japão Asahi Sonorama
Estados Unidos Março de 2000
Shounengahosha
Editora JBC
